sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Lazer Na Periferia - O Lazer Para Poucos x A Necessidade De Muitos

Com o advento da industrialização, o homem passou a buscar formas alternativas de se desligar, mesmo que por pouco tempo, da dependência de questões relativas ao trabalho. A urbanização da vida nas grandes cidades fez surgir o fenômeno do lazer, que está disponível de várias formas e para vários tipos de indivíduos ou grupos sociais. Atualmente, o lazer é muito explorado de modo a gerar lucros e diversão, sem qualquer preocupação com o desenvolvimento do ser humano na busca de valores importantes para sua própria sobrevivência e melhoria da qualidade de vida.Esta situação é provocada pela indústria cultural do lazer, porém essa indústria não considera a população dos bairros de baixa renda como público merecedor de lazer e favorecido pela falta de infra-estrutura não investe em serviços e equipamentos que disponibilizem qualquer diversão para essas comunidades.

A crise econômica crescente, a hierarquização das necessidades humanas e o desgaste do tecido urbano provocam impactos nos momentos de lazer da população. Vale lembrar que as ocasiões de não-trabalho e as instituições organizadas pelos trabalhadores foram muito importantes no forjar de uma autoconsciência social, ocupando no passado relevante papel para as diferentes camadas sociais. Alguns estudos demonstram como os momentos de lazer e as associações de trabalhadores, inclusive clubes, foram fundamentais para a auto constituições da classe operária.

Nesse processo de diferenciação social, as possibilidades de lazer estão entre as primeiras negligenciadas para grande parte da população. Basta observar a distribuição geográfica das oportunidades de acesso a bens culturais nas cidades. No caso de Salvador, uma cidade que tem o privilégio de possuir teatros, cinemas, centros comerciais, bibliotecas, porém estes equipamentos, se encontram exatamente, em sua grande maioria, nas zonas que congregam a população de maior poder aquisitivo, ficando os mais pobres, abandonados às áreas mais afastadas, além disso, há um claro processo de privatização, como o caso absurdo de cobrança de entradas até mesmo em exposições e feiras.

Perceptivelmente a noção de ocupação do espaço público sempre esteve mais

voltada para os interesses dos grupos sociais ligados às elites econômicas, o lazer para a indústria cultural do lazer, está diretamente ligado ao capital gerado por classes economicamente atraentes.
 
Por:
Iolanda Barros
Professora Orientadora Maria Raquel Mattedi

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